sábado, 9 de junho de 2012


AS INCERTEZAS NA CIÊNCIA: DIÁLOGOS ENTRE SKINNER E MORIN

Nathalia Custódio Guimarães, Universidade Estadual de Maringá, nathalia_cguimaraes@yahoo.com.br
Priscila Bonato Galhardo, Universidade Estadual de Maringá, priscila.bonato@yahoo.com.br
Carolina Laurenti, Universidade Estadual de Maringá, laurenticarol@gmail.com


O filósofo francês Edgar Morin lançou severas críticas à concepção de ciência moderna calcada na ideia de determinismo, certeza e previsibilidade. Essas críticas foram sistematizadas no conceito de ecologia da ação, que chama a atenção para o fato de que as ações, não importa o quão planejadas, podem ser desviadas de sua intenção original dada a complexa rede de interações da qual participam quando são emitidas. Skinner desenvolveu uma filosofia, o Comportamentalismo Radical, que compartilha de algumas críticas de Morin à ciência moderna. Não obstante, parece ser ponto pacífico que Skinner manteve os ideais de previsão e controle do comportamento. Além disso, ele ampliou esses objetivos para contextos mais complexos, como o cultural, como pode ser verificado na noção de planejamento cultural, por meio do qual o analista do comportamento poderia auxiliar na resolução de problemas humanos de amplo espectro social. O objetivo deste trabalho foi examinar se as eventuais afinidades entre Skinner e Morin também podem ser estendidas à noção de planejamento cultural. Para tanto, textos capitais de Skinner sobre o assunto foram sistematizados em uma tabela, cujas categorias descreviam características compatíveis e incompatíveis com o conceito de ecologia da ação. As análises preliminares sugerem que, a despeito de Skinner ainda manter as noções de previsão e controle de práticas culturais, esses ideais admitem a possibilidade de imprevistos e incertezas, dado o caráter complexo e probabilístico do comportamento. Com efeito, as relações entre Skinner e Morin podem e merecem ser investigadas em diferentes aspectos da ciência analítico-comportamental. Isso porque, as possibilidades de diálogo entre Skinner e Morin podem servir de pedra de toque para aferir o potencial da proposta psicológica skinneriana na elucidação de problemas sociais contemporâneos.




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